Tecnologia de nanopartículas reverte a doença celíaca em ensaios humanos promissores
Os primeiros resultados foram revelados dos ensaios em humanos na Fase 2, investigando um novo tratamento promissor para a doença celíaca. A nova tecnologia de nanopartículas induziu significativamente uma tolerância imunológica ao glúten em indivíduos celíacos após apenas duas aplicações intravenosas.
O tratamento envolve encapsular um alérgeno específico dentro de uma nanopartícula biodegradável. O corpo humano responde inocentemente à presença da nanopartícula, tratando-a como detritos inofensivos e enviando uma célula imune chamada macrófago para limpá-la. Os macrófagos têm sido eufemisticamente chamados como “células de aspirador de pó do corpo”, pois eliminam substâncias estranhas do corpo.
“A célula do aspirador de pó apresenta o alérgeno ou antígeno ao sistema imunológico de uma maneira que diz: ‘Não se preocupe, isso pertence a aqui'”, explica Stephen Miller, que passou anos desenvolvendo a tecnologia na Universidade Northwestern. “O sistema imunológico então interrompe seu ataque ao alérgeno e o sistema imunológico é redefinido como normal”.
Em teoria, a tecnologia de nanopartículas poderia ser utilizada para tratar qualquer número de doenças autoimunes desencadeadas por antígenos conhecidos específicos, mas essa primeira exploração da tecnologia se concentrou na doença celíaca. O presente estudo envolve o carregamento da nanopartícula com uma molécula chamada gliadina, uma proteína essencial no glúten conhecida por desencadear respostas inflamatórias em pacientes com doença celíaca.
Este estudo de fase 2 é pequeno, envolvendo apenas 34 pacientes, mas oferece a primeira evidência de eficácia em seres humanos. O tratamento prospectivo envolve duas administrações intravenosas das nanopartículas, com uma semana de intervalo. Sete dias após a segunda administração intravenosa, os sujeitos foram desafiados com 12 gramas (0,4 oz) de glúten por dia durante três dias e, em seguida, seis gramas (0,2 oz) de glúten por dia durante os próximos 11 dias. A maioria dos indivíduos tolerou o desafio ao glúten após o tratamento com nanopartículas, mostrando uma impressionante redução de 90% nos marcadores inflamatórios em comparação com um grupo controle não tratado.
O tratamento recebeu uma designação Fast Track da Food and Drug Administration dos EUA, permitindo que ele se mova rapidamente através dos testes em Fase 2 e 3 em humanos. A Takeda Pharmaceutical Company também anunciou a aquisição de uma licença global de US $ 420 milhões do tratamento em potencial, sinalizando confiança em sua eficácia, apesar de vários anos de testes ainda antes de a tecnologia entrar em aplicações clínicas.
Enquanto esta primeira implantação da tecnologia está focada no glúten e na doença celíaca, Stephen Miller sugere que as nanopartículas podem ser carregadas com outros compostos visando várias condições auto-imunes.
“Esta é a primeira demonstração de que a tecnologia funciona nos pacientes”, diz Miller. “Também mostramos que podemos encapsular a mielina na nanopartícula para induzir tolerância a essa substância em modelos de esclerose múltipla ou colocar uma proteína das células beta pancreáticas para induzir tolerância à insulina nos modelos de diabetes tipo 1”.
Texto traduzido da newatlas.com
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