Doença celíaca e Depressão
Texto escrito por Dr. Fernando valério.
A DEPRESSÃO é um transtorno mental que atinge 320 milhões de pessoas no Mundo, e é caracterizado por tristeza persistente, perda de interesse em atividades usualmente atraentes, ansiedade, falta de humor, perda de esperança, pessimismo, sentimentos de culpa e inutilidade, e pensamentos de autoagressão ou suicídio. Mas chamo a atenção para os sintomas de
- PERDA DE ENERGIA
- FADIGA
- DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO
- INSÔNIA
- SONOLÊNCIA
- ALTERAÇÕES DE APETITE (ganho ou perda de peso)
- IRRITABILIDADE
- RAIVA E DOR DE CABEÇA.
Estes sintomas estão presentes na depressão, mas também são comumente relatados na DOENÇA CELÍACA!
Sabe-se que 3/4 dos pacientes celíacos apresentavam sintomas relacionados ao estresse ou depressão antes do diagnóstico da doença. A depressão é muito comum entre pessoas com qualquer doença crônica, e a doença celíaca não é uma exceção. Pacientes celíacos sofrem por anos até que sejam diagnosticados, e a falta de resposta aos seus sintomas causa óbvia angústia. Mas ainda há a dificuldade de determinarmos se a depressão é uma alteração independente ou causada pela doença celíaca.
A depressão no celíaco pode ser reativa às restrições que são impostas ao seu estilo de vida e alimentação. Ter que alterar hábitos de uma vida nunca é fácil, e muitos sofrem com os desafios destas mudanças. Em alguns casos, os celíacos se sentem DIFERENTES, com consequente alteração de autoimagem, e do seu papel na sociedade e família. Além disso, muitas vezes são excluídos de eventos sociais pela sua condição alimentar, sem nem mesmo terem recebido a oportunidade de se adaptar a situação. Este sentimento de rejeição é muito doloroso. E especialmente em crianças, adolescentes e adultos jovens devemos ter sempre atenção ao evento BULLYNG, que é frequente e pode ter sérias consequências. O SUICÍDIO é a segunda maior causa de morte entre 15 e 29 anos!
TER UMA CONDIÇÃO MÉDICA SÉRIA, INCURÁVEL, COM RESTRIÇÕES DIETÉTICAS E DE ESTILO DE VIDA, PODE PROMOVER MUITAS RESPOSTAS PSICOLÓGICAS INDESEJADAS.
Os fatores nutricionais também podem estar relacionados ao quadro de depressão e doença celíaca. A carência de nutrientes, tão comum em celíacos, pode interferir na ação, produção e metabolismo de neurotransmissores (serotonina, dopamina e noradrenalina) que regulam o nosso humor. A deficiência de ácido fólico e vitamina B12, por exemplo, está associada a irritabilidade e esquecimento.
Outras relações entre a doença celíaca a depressão são a tireoidite e o hipotireoidismo, a resposta inflamatória exacerbada e fatores genéticos familiares.
Quanto ao GLÚTEN, alguns pacientes referem resultado impressionante com a sua exclusão da dieta, com melhora de sintomas de ansiedade, perda de memória e tristeza. É como se as “nuvens” desaparecessem!
Créditos : Dr. Fernando Valério
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