Da série : Trigo onde menos se espera! – Farinha de trigo pode ser usada como espalhante-adesivo em Cultivo Orgânico
ATENÇÃO : Esse post é um alerta, não quer dizer que todo e qualquer produto orgânico seja produzido da mesma forma. Como sempre, é importante entrar em contato com o (s) produtor (s) antes de comprar.
Tudo começou quando um celíaco comeu um macarrão sem glúten de uma marca conhecida por ser livre de contaminação cruzada e passou mal, colocando em dúvida a segurança do produto. Investigando o que havia sido consumido naquele dia, uma das perguntas era se os legumes eram orgânicos. Todos no grupo ficaram espantados, por que desconfiar de legumes orgânicos????
Trigo onde menos se espera!
“Certas culturas podem necessitar de um espalhante-adesivo. Para melhorar a aderência da calda bordalesa, acrescentar 1,5 litros de leite desnatado ou 1 a 2 kg de farinha de trigo no preparo de 100 l de calda (dissolver a farinha de trigo em água e depois peneirar) após o seu preparo.”
Foi a frase acima que me fez pensar como celíacos e alérgicos não tem descanso hora nenhuma! Por termos um intestino mais sensível, é natural que haja uma procura por uma vida mais saudável. Comprar produtos orgânicos realmente é uma excelente opção mas, se você pensou que ia ficar livre dos interrogatórios, se enganou! É preciso conhecer todo o processo, do plantio até chegar à sua mesa!
Pesquisando um pouco mais sobre esse assunto, vi que em várias cartilhas de cultivo orgânico, ingredientes como : farinha de trigo e cerveja são indicados em várias situações. Para alérgicos ao leite (APLV) o leite de vaca é ainda mais comum. Vou colar abaixo alguns trechos do que encontrei :
” Produtos alternativos utilizados para o manejo de
doenças e pragas em hortaliças e frutas – Caldas bordalesa e sulfocálcica
Preparo da calda bordalesa a 1%
A formulação a seguir é para preparo de 100 litros. Para fazer outras medidas, é só manter as proporções entre os ingredientes listados a seguir:
Ingredientes: Sulfato de cobre …………………………..1000 g
Cal virgem ou hidratada ……………… 1500 g
Água ………………………………….. ……. 100 l
1º passo: dissolver o sulfato de cobre – colocar o sulfato de cobre em um saco de pano e mantê-lo imerso em suspensão na parte superior de um balde de água (a dissolução demora até 24 horas). Quando necessário, pode-se dissolver as pedras de sulfato de cobre para uso imediato, aquecendo a água ou moendo as pedras.
2º passo: dissolver a cal virgem – em outra vasilha (sem ser de plástico) fazer a queima da cal virgem de boa qualidade (cal velha com aspecto farinhento não deve ser utilizada) que pode ser no mesmo dia em que for usada. Colocar 1500g de cal em uma lata de metal de 20 litros e adicionar 9 litros de água aos poucos e mexer com pá de madeira, até formar uma pasta mole. Tomar cuidados com a temperatura da mistura que se eleva bastante. Após o resfriamento, adicionar um pouco de água, obtendo-se um leite de cal. A cal hidratada pode ser utilizada, desde que tenha boa qualidade; é mais prático e proporciona a mesma eficiência. Passar a calda por uma peneira fina, colocando-se mais água e agitando-se para passar pela peneira. Adicionar água até 50 litros ao leite de cal.
3º passo: despejar a solução de sulfato de cobre em um tonel (sem ser de ferro ou aço) com capacidade para 200 litros. Adicionar água até 50 litros.
4º passo: despejar com um balde aos poucos, a solução de leite de cal sobre a solução de sulfato de cobre. As duas soluções devem estar sob a mesma temperatura. Com auxílio de uma pá de madeira, agitar constantemente durante a operação de mistura.
5º passo: testar a acidez (pH) da calda – mergulhar um prego novo durante um minuto na calda. Se houver escurecimento, significa que a calda está ácida (pH abaixo de 7,0) e precisa ainda de neutralização com mais leite de cal. Não escurecendo, a calda estará pronta (alcalina). Outra maneira de se verificar a acidez, é pingar duas a três gotas sobre uma lâmina de faca bem limpa (sem ser de aço inoxidável); após um minuto, sacudir a faca e, se ficarem manchas avermelhadas onde estavam as gotas da calda, a mesma está ácida. Quando a cal virgem é de má qualidade, a calda permanecerá ácida, sendo preciso, então, acrescentar mais leite de cal para neutralizar a acidez.
Obs.: de modo geral, a cal é um bom aderente. Entretanto, certas culturas podem necessitar de um espalhante-adesivo. Para melhorar a aderência da calda bordalesa, acrescentar 1,5 litros de leite desnatado ou 1 a 2 kg de farinha de trigo no preparo de 100 l de calda (dissolver a farinha de trigo em água e depois peneirar) após o seu preparo. “
Fonte : http://cultivehortaorganica.blogspot.com.br/2010/12/produtos-alternativos-utilizados-para-o.html?m=1
Outros posts com essas recomendações :
UNESP : http://www.fca.unesp.br/Home/Extensao/GrupoTimbo/caldas_naturais.pdf
CIORGÂNICOS : http://ciorganicos.com.br/wp-content/uploads/2012/09/Manual_de_Praticas_Agroecol%C3%B3gicas-Emater1.pdf
Devo me preocupar com esse assunto?
É essencial que se tenha certeza da procedência e quais as técnicas utilizadas no cultivo orgânico. Principalmente se você cuida da contaminação cruzada e continua sentindo sintomas típicos da DC como : refluxo, indigestão, gases em excesso, aftas, dor de cabeça, cansaço, entre outros, fica a pista que podem ser produtos orgânicos, cosméticos em geral, produtos de higiene pessoal, morar ou trabalhar muito próximo de padarias, pizzarias, lojas de bolo, etc… Alérgicos ao leite de vaca (APLV) que continuam com sintomas alérgicos e não descobrem qual a causa, devem considerar legumes e frutas como agente.
Doença Celíaca e Alergia Alimentar não é frescura! Compartilhe esse conteúdo com seus amigos e familiares, marque aquele amigo (a) que é celíaco ou alérgico, para que todos possam compreender melhor o nosso universo! Educação celíaca sempre, juntos somos mais fortes!